TOXOPLASMOSE E GRAVIDEZ



A toxoplasmose é uma infecção causada por um parasita intracelular chamado Toxoplasma Gondii. Este parasita tem como hospedeiro definitivo os felinos e os mamíferos (inclusive os humanos) como hospedeiros intermediários.

Nos mamíferos o toxoplasma gondii infecta tecidos como sistema nervoso central, olhos, músculos e placenta.

A via oral é a principal forma de contaminação em seres humanos, por meio da ingestão dos oocistos presentes em alimentos, água, solo e lixo contaminado com fezes dos felinos ou bradizoítos presentes em carnes contaminadas dos hospedeiros intermediários.

Não foi comprado transmissão por meio de aleitamento materno ou contato direto entre humanos.

Em gestantes com imunidade prévia a gestação, o risco de contaminação vertical pela reinfecção é desprezível.

Nas gestantes infectadas, com a infecção da placenta ocorre transmissão ao feto, podendo levar a lesões neurológicas permanentes. Quando a infecção ocorre no 1º e 2º trimestres, a gestação pode evoluir com aborto e morte fetal intraútero. Nos outros casos pode causar alterações crônicas neurológicas no feto (Toxoplasmose congênita).

Em casos de infecção materna recente é possível o tratamento com o intuito de reduzir o risco de infecção fetal.

Como não existe vacina efetiva, a prevenção primária da doença é redução do risco de primo-infecção em gestantes suscetíveis. São medidas sanitárias para diminuir as fontes de contaminação e orientações higiênico-dietéticas às gestantes. ​

A posse de gatos, como animais domésticos é um assunto que gera muitas duvidas. Em um estudo europeu, verificou-se que o contato com gatos não foi fator de risco para a infecção pelo T. Gondii (Cook; Gilbert; Buffolano 2000). ​

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Os gatos como animais de companhia podem ser mantidos no interior de residências com o mínimo contato com o meio externo, ter alimentação controlada e oferta de ração ou alimentos que sofreram tratamento térmico adequado (acima de 67◦C) (Dubey 1996, Tenter; Weiss 2000). A limpeza das caixas higiênicas dos felinos deve ser diária e utilizar álcool 70%, esta não deve ser realizada por mulheres grávidas. Em gatos com maior acesso ao ambiente externo é possível a colocação de uma coleira com guizo, de forma que fica mais difícil a caça a roedores e pássaros.

Os cistos de T. Gondii podem ficar viáveis por dias em carne suína e ovina na geladeira, entretanto tornam-se inviáveis ao congelamento (-12◦C) ou temperaturas superiores a 67◦C (Dubey 1996).

O leite, principalmente o de cabra deve ser ingerido somente após a pasteurização ou fervura; as mãos devem ser lavadas após manusear carnes cruas, pois sabão, álcool e desinfetantes químicos inativarão os bradizoitos e cistos remanescentes da manipulação destes alimentos (Frenkel 1990 e Dubey 2000).

O cachorro é um hospedeiro como o homem, ele não transmite a T. Gondii pelas fezes. Só ocorre a transmissão se for consumida a carne infectada.


SITUAÇOES DE RISCO PARA A CONTAMINAÇÃO:

  • Ingestão de carne crua ou mal cozida.
  • Ingestão de frutas e verduras mal lavadas.
  • Higiene precária no preparo de alimentos e na cozinha.
  • Contato com fezes de gatos e outros felinos.
  • Contato desprotegido com o solo (sempre usar luvas).
  • Viagem a locais onde a infecção é endêmica.



ANIMAIS QUE TRANSMITEM:

  • Gatos (fezes).
  • Suínos (ingestão da carne contaminada).
  • Bovinos (ingestão da carne e leite contaminados).
  • Caprinos (ingestão da carne e leite contaminados).

SINTOMAS DA DOENÇA:

  • Febre
  • Aumento dos linfonodos (ínguas) pelo corpo - principalmente as do pescoço, nuca e atrás das orelhas.
  •  Mal estar e dores musculares


A infecção é lenta, dura semanas e a forma sintomática acomete a minoria. A maioria das pessoas não apresentam os sintomas da doença (80%).


QUEM JÁ TEVE TOXOPLASMOSE FICA IMUNE


O TRATAMENTO É LONGO E INDIVIDUALIZADO, COM ANTIBIÓTICOS E ATÉ CORTICÓIDES.

PROBLEMAS DA DOENÇA NA GRAVIDEZ:

Acontecem quando a infecção acontece durante a gravidez, e variam de acordo com o trimestre da gravidez.

1) Primeiro trimestre - alterações mais graves acontecem. Probabilidade menor de transmissão para o feto (10 a 20% dos casos).

  • Encefalite.
  • Lesões oculares.
  • Aborto espontâneo.

2) Segundo trimestre - ocorre em aproximados 35% das gestações com doença ativa, os danos são menores.

  • Retardo mental.
  • Alterações oculares.

3) Terceiro trimestre - transmissão para o feto é muito comum, mas a doença se mostra menos agressiva para o recém nascido.

  • Parto prematuro.
  • Inflamação no fígado, baço e pulmão do recém-nascido.